São
300 os magistrados, entre juízes e desembargadores, que receberam
pagamentos antecipados do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Embora autorizados e realizados em desacordo com o pagamento feito a
todos os demais credores da corte, esses desembolsos especiais são
oficialmente classificados como "legítimos" - créditos acumulados e
devidos por férias e licença prêmio não cumpridas.
O rastreamento do TJ indica que a grande maioria dos 300 recebeu
quantia inferior a R$ 100 mil. A relação engloba situações diversas.
O desembargador Ivan Sartori, presidente do TJ, informou que a maior
parte deles recebeu "abaixo do valor fixado pela nova administração".
"São valores bem inferiores e justificáveis", segundo Sartori.
Esse levantamento revela ainda que não só os juízes foram contemplados.
Muitos servidores também receberam valores antecipadamente, furando a
fila interna do tribunal.
Ainda não se sabe o
contingente exato de funcionários que, a exemplo de magistrados, se
enquadraram no critério do compadrio. Nem o montante a eles concedido.
O cenário interno no maior tribunal do País revela que presidentes,
historicamente, ficaram nas mãos de servidores poderosos. Uma
funcionária chegou a sonegar informações a um ex-presidente.
Sartori afirma que não vai permitir que essa situação perdure em sua
gestão e informa que a investigação sobre pagamentos antecipados vai
"ficar centrada" nos 29 magistrados que receberam valores altos.
Ele tem recebido manifestações de apoio incondicional de seus pares
desde que mandou apurar as condições em que os pagamentos foram
efetuados.
Os repasses sob inspeção ocorreram entre 2006
e 2010, período em que o TJ foi governado sucessivamente pelos
desembargadores Celso Luiz Limongi, Roberto Valim Bellocchi e Antonio
Carlos Vianna Santos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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