Juventude.
O fim, na noite de sábado, da greve que a Polícia Militar da Bahia
vinha promovendo desde o dia 31 não ajudou a diminuir os homicídios na
Região Metropolitana de Salvador. Segundo dados da Secretaria de
Segurança Pública (SSP), na madrugada de domingo houve 13 assassinatos
na região – 9 na capital. Os números são idênticos aos da sexta-feira e
seguem a média dos últimos cinco dias na região, de 12,8 casos. Desde
o início da greve, foram 178 assassinatos na região, média de 14,8
homicídios diários, mais que do que dobro da registrada no período
imediatamente anterior ao início da greve, de 6,7 casos por dia. Apesar
de o mês ainda não ter chegado à metade, o montante de casos já faz
este mês ser o fevereiro mais violento na região desde que começou a ser
aplicada, pela SSP, a atual metodologia de estatísticas, em 2009. No
ano passado, durante todo o mês, foram registrados 171 homicídios na
região, ante 172 em 2010 e 144 em 2009.
Segundo a coordenadora das Delegacias de Homicídios da Capital, delegada
Francineide Moura, "pelo menos um terço" dos assassinatos ocorridos
durante a greve da PM tem características de atuação de grupos de
extermínio – que contam com a participação de policiais e ex-policiais
militares. Quatro PMs, por
exemplo, foram reconhecidos por testemunhas e acusados de participar da
chacina que deixou cinco moradores de rua mortos no bairro da Boca do
Rio, no dia 3. Dois deles, Donato Ribeiro Lima, de 47 anos, apontado
como o líder do grupo, e Willen Carvalho Bahia, de 34, foram presos na
quinta-feira e outros dois, Samuel Oliveira Meneses e Jair Alexandre dos
Santos estão foragidos.
Os mesmos policiais também são suspeitos de, horas depois, abrir fogo
contra um grupo de moradores de rua na Praça da Piedade, no centro de
Salvador. O atentado matou Jesline de Jesus Carvalho, de 20 anos, que
amamentava a filha de 7 meses, e deixou um homem ferido. A bebê, que não
ficou ferida, está sob custódia do Juizado da Infância e da
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