Da
venda de abadás [fantasia que identifica o folião no bloco] ao
cancelamento de shows e pacotes turísticos; da queda de faturamento em
bares e restaurantes à redução na procura pelo aluguel de carros e
apartamentos, a greve dos policiais militares da Bahia, que entra no
nono dia nesta quarta-feira (8), afetou a cadeia produtiva do Carnaval.
“Até o momento, 10% dos pacotes turísticos vendidos para a Bahia no
período da festa foram cancelados. E a tendência é que este índice seja
bem maior, caso a greve não termine nas próximas horas”, afirmou o
presidente da ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens) da
Bahia, Pedro Galvão.
“A repercussão negativa em todo o mundo, as imagens, reportagens e
fotografias de saques, ônibus queimados e o número elevado de
assassinatos [mais de cem, desde o início do movimento], certamente,
estão entre os motivos que fizeram os turistas desistirem de Salvador”,
acrescentou o presidente da ABAV. “Quem deixou para comprar qualquer
pacote para a cidade nos últimos dias desistiu da ideia”, afirmou
Leandro Rodrigues, funcionário de uma agência de turismo.
A imagem da Bahia no exterior também ficou arranhada com a paralisação
da PM. O Consulado Geral dos Estados Unidos no Brasil divulgou nota
recomendando que somente deveriam vir à Bahia os americanos com
compromissos inadiáveis. O governo francês tomou a mesma atitude. “Estou
muito decepcionado com esta situação. Queria ver o Carnaval, mas vou
embora porque estou com muito medo”, afirmou o chileno Pablo Gonzalez,
que está hospedado em um hotel da orla de Salvador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário